Com quase mil visualizações até esta sexta-feira, a sexta edição do “Colóquio sobre Fronteiras e Direitos Humanos na UE e Mercosul” reuniu público de locais como Porto Alegre (RS), Dourados (MS), Salvador (BA), Roraima (RR), Tubarão (SC), São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Piauí (PI), Foz do Iguaçu (PR), Rio de Janeiro (RJ), Pelotas (RS), Paraguai e Angola, dentre outros.
Realizado online, o evento contou com duas mesas temáticas: “Os desafios da política externa brasileira no Bicentenário da Independência” e também “Os desafios, as oportunidades e as experiências da paradiplomacia no Mercosul e na União Europeia” e, para as apresentações, no primeiro dia do Colóquio teve presenças ilustres como do Prof. Dr. Paulo Roberto de Almeida (Diplomata, Ministério das Relações Exteriores do Brasil e IBMEC), da Prof. Dra. Andrea Ribeiro Hoffmann (PUC-RJ), do Prof. Dr. Guilherme Stolle Paixão e Casarões (FGV-SP) e do Prof. Dr. Camilo Pereira Carneiro Filho (UFG). Dentre as questões e reflexões pontuadas pelos palestrantes quanto à política externa brasileira, foram destacadas a necessidade da construção de consensos, de pautas comuns, da valorização do multilateralismo e da recuperação da credibilidade brasileira. Outra pauta destacada foi sobre como o Brasil vai se posicionar em relação à China e aos EUA. Paulo Roberto Almeida, por exemplo, deu ênfase ao desafio atual de o Brasil superar o isolamento. Além disso, trouxe um arcabouço histórico da política externa brasileira nos primeiros anos da independência, durante o Império, na Velha República, na Era Vargas, no período da ditadura militar e na Nova República. Dentre as suas explanações, Camilo Pereira Carneiro Filho trouxe uma informação interessante e controversa: apesar de ser um país que faz fronteira direta com o Brasil, para entrar na Guiana Francesa há a exigência de um visto. Segundo valor levantado pelo Professor, custa R$ 523,00, tem validade de um ano e, para ser realizado, é necessário deslocar-se para Brasília, São Paulo ou Recife. Já em relação à França continental, os brasileiros não necessitam de visto para entrar no país. Segundo Camilo, retrata bem “a falta de diálogo e de prioridade em relação aos países em território amazônico vizinhos ao Brasil”.
As apresentações e debates relacionados à mesa temática “Os desafios da política externa brasileira no Bicentenário da Independência” estão disponíveis a seguir.
No segundo dia de evento, outros palestrantes e pesquisadores de renome participaram: a Profa. Dra. Suellen Mayara Peres de Oliveira (UNILA), Dr. Henrique Sartori de Almeida Prado (UFGD – UNIFRON) e o Prof Dr. Bruno Ricardo Viana Sadeck Dos Santos (UFPEL), que abordaram o tema “Os desafios, as oportunidades e as experiências da paradiplomacia no Mercosul e na União Europeia”.
Henrique Sartori comentou sobre como as entidades subnacionais fronteiriças estão inseridas no debate e na promoção da política de cooperação descentralizada do Brasil e algumas variantes necessárias ao processo de inserção dos municípios brasileiros ao contexto internacional fronteiriço e a capacidade de gerenciamento da mesma. A Prof. Dra. Suellen Mayara Peres de Oliveira falou sobre as pesquisas relacionadas à criação do Plano Municipal de Relações Internacionais, de Foz do Iguaçu, e o diálogo que vem sendo firmado junto à criação de diretorias de relações internacionais nas cidades vizinhas de Puerto Iguazu (AR), Presidente Franco, Hernandarias e Ciudad del Este, no Paraguai. “Foz do Iguaçu tem um papel protagonista e estratégico nessa institucionalização e em promover esse diálogo transfronteiriço. Além disso, esses diretores de relações internacionais podem ser mediadores políticos profissionais de uma política pública de relações internacionais”.
Para assistir, é só clicar no link abaixo.
O Professor Tomaz Espósito Neto, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que também é um dos organizadores do evento, comentou sobre o alcance do Colóquio para os diversos públicos e representantes das diversas localidades que participaram.
O evento é uma realização do Programa Erasmus, Cátedra Jean Monnet (UFGD), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), Ministério da Defesa, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME).