2021: ano marcado por recordes de apreensões de drogas na faixa de fronteira

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O balanço divulgado ontem pelas Forças Armadas mostrou que em ações conjuntas com os órgãos municipais, estaduais e federais de Segurança Pública, foram apreendidas 50% a mais de drogas em 2021, em comparação com 2020, por meio da Operação Ágata. Em 2020, foram apreendidas 18,6 toneladas de cocaína, maconha, skank e haxixe e, no ano passado, 27,9 toneladas. A Operação Ágata é coordenada pelo Ministério da Defesa e emprega militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em ações interagências em todo país. O objetivo é prevenir e reprimir crimes transfronteiriços e ambientais, o que contribui para a defesa da soberania nacional – uma das missões constitucionais das Forças Armadas.
O General de Brigada Sérgio Rezende de Queiroz, subchefe de operações, destacou que a sinergia entre as agências governamentais de nível federal, estadual e municipal e as Forças Armadas contribui para o combate aos crimes transfronteiriços. “Especificamente no ano de 2021, houve um aumento significativo na apreensão de drogas fruto desse trabalho integrado, tanto na fronteira terrestre, como na marítima, por onde escoam 90% das exportações do país, estando sujeita a uma maior quantidade de tentativas de envio de drogas ao exterior”.

O Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), unidade especializada da Polícia Militar responsável por atuar no combate à criminalidade em toda a região fronteiriça do Paraná, também divulgou os dados de apreensões de ilícitos: 41,4 toneladas de drogas (11% a mais que em 2020). Outro destaque foi relacionado ao contrabando – principalmente de eletrônicos – que em 2021 quase quadruplicou se comparado com o ano anterior. O comandante do BPFron, tenente-coronel André Dorecki, também destacou o trabalho integrado. “Trabalharmos em conjunto com as demais unidades da Polícia Militar que agem nos municípios fronteiriços e atuamos de forma integrada com a Polícia Civil, com a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, com a própria Receita Federal, como órgão fiscalizador, com o Exército Brasileiro, e até mesmo com polícias de outros estados e países vizinhos. O objetivo é utilizarmos de todas as ferramentas disponíveis, para impedir que o crime entre no País, o que até o momento tem dado bons resultados”. Já o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), realizou a apreensão de mais de 195 toneladas de substâncias ilícitas no território.

No Rio Grande do Sul, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também alcançou recorde histórico de apreensões de entorpecentes no ano passado. Foram 31,5 toneladas de drogas, além de quase 200 armas de fogo, mais de 4 milhões de maços de cigarros e quase 16 toneladas de agrotóxicos. Segundo a PRF, as organizações criminosas deixaram de lucrar mais de meio bilhão de reais com as cargas apreendidas.

Luciano Stremel Barros, Presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), sintetiza: “Os desafios das instituições para conter o movimento criminal no Brasil são hercúleos. Com 16.800 km de fronteira na nossa costa oeste-norte e quase 8 mil km de fronteira marítima, o Brasil, além de grande consumidor de entorpecentes, é rota para Europa, África e Estados Unidos. Os resultados destas apreensões demonstram os esforços e conquistas em termos de cooperação institucional, mas também revelam a constante necessidade de o país buscar a integração para conter com ainda mais eficácia este tipo de crime”.

Aumento de apreensões em diversas regiões do país

Não foi somente em cidades da faixa de fronteira que isso ocorreu. No Ceará, as apreensões de cocaína e crack pela PRF cresceram 190% em 2021. Foi o estado do Nordeste com o maior número de apreensão dessas drogas. Nas estradas federais que cortam a Bahia, houve aumento de 22% no ano passado em relação ao mesmo período em 2020.

A Polícia Militar Rodoviária de São Paulo também encerrou o ano com recordes: segundo dados da Secretaria da Segurança Pública do estado (SSP-SP), mais de 164 toneladas de entorpecentes foram tirados de circulação em todo o estado. É o maior número desde 2004, quando teve início a série histórica da unidade.

No Distrito Federal e entorno, a PRF apreendeu quase 10 toneladas de maconha em 2021.
Em 2020, foram aproximadamente 6,5 toneladas.

Já nos portos brasileiros, no ano passado a Receita Federal apreendeu 36 toneladas de cocaína. O Porto de Santos, no litoral de São Paulo, foi o recordista de apreensões, com cerca de 17 toneladas.

A interação entre as agências governamentais de nível federal, estadual e municipal e as Forças Armadas contribui para o combate aos crimes transfronteiriços. Foto: Ministério da Defesa

 

*Matéria escrita com informações divulgadas pelas forças de segurança citadas.

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