Aula da pós-graduação destaca as particularidades das fronteiras na Amazônia

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“Quando falamos da Amazônia, estamos falando de muitas amazônias diferentes. A Amazônia da ‘cabeça do cachorro’, de são Gabriel da Cachoeira, é totalmente diferente da Amazônia dos lavrados, em Roraima”. A descrição sobre este pedaço do Brasil ainda pouco conhecido dos brasileiros fez parte da aula do superintendente de segurança Empresarial de Itaipu, coronel Alfredo Taranto, para alunos da Pós-Graduação em Gestão, Estratégia e Planejamento em Fronteiras do IDESF.

Coronel Taranto abriu o módulo ‘Ações integradas em segurança pública e resolução de conflitos’, ministrado na última quinta, sexta e sábado (13 a 15.08), via plataforma online, com um panorama da operação militar mantida nas fronteiras brasileiras de Norte a Sul do país. O conteúdo demonstrou, em especial, as dificuldades logísticas do ponto de vista militar para vencer as características e particularidades amazônicas, com ênfase nas regiões de fronteira.

Com 22 mil quilômetros de rios navegáveis, as distâncias são contadas em ‘horas de barco’ na maior floresta do mundo. Na Bacia Amazônica, o Exército depende da navegação para atender com suprimentos os militares sediados nos pelotões de fronteira. “A ausência de estradas de porte tem influência nas operações. Os rios que serpenteiam as florestas condicionam as operações militares”, destacou o militar.

Da mesma forma a população amazônica, identificada como ‘ribeirinha’ justamente pela proximidade com o rio, também tem uma relação simbiótica com os rios da região. “O percurso Manaus – Cruzeiro do Sul, por exemplo, tem 1.080 quilômetros em linha reta, duas horas e meia de voo. Por meio fluvial são 42 dias, 4,3 mil quilômetros”, comparou o coronel, enfatizando que, às vezes, para fazer uma curva a balsa leva o dia inteiro manobrando. “Os pelotões de fronteira são abastecidos por esse recurso fluvial e tem épocas do ano em que os rios não são navegáveis”, completou.

Taranto fez comparativos entre as diferentes realidades nos oito comandos militares estabelecidos no país, destacando o knowhow desenvolvido pelo Exército para atuar na selva. Para isso conta com a sabedoria dos soldados amazônidas, inclusive com os de ascendência indígena e que, com orgulho, integram o Exército Brasileiro. “A selva amazônica condiciona tão fortemente as operações militares que o Exército Brasileiro criou um centro de instrução de guerra na selva, reconhecidamente o melhor do mundo”, destacou o coronel, referindo-se ao Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS).

O módulo da pós-graduação também contou com a participação do auditor fiscal da Receita Federal, Alan Towersey. Chefe da Divisão de Vigilância e Repressão ao Contrabando e Descaminho da RF em São Paulo, Towersey trouxe situações correntes do operacional da instituição e deu ênfase para a conexão da Receita com outras instituições das forças de segurança, enfatizando a necessidade da integração para que o combate à criminalidade seja efetivo.

Pós-Graduação – A Pós-Graduação em Gestão, Estratégia e Planejamento em Fronteiras tem cronograma estruturado em eixos de desenvolvimento, proporcionando aos alunos uma formação com abordagem ampla sobre as realidades de fronteira. Os conteúdos abordam saúde, educação, economia e desenvolvimento e segurança pública, objetivando formar líderes e gestores com atuação protagonista, preparados para propor soluções para as regiões fronteiriças. Em breve, o IDESF inicia nova turma online desta formação única, com enfoque fronteiriço.

Rosane Amadori – Comunicação IDESF – comunicacao@idesf.org.br

 

 

 

 

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