Embargos e crises estruturais: a falta de investimentos em P, D&I na Argentina

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No artigo “A urgente reavaliação da aviação militar argentina na defesa da soberania nacional”, a Diretora da área internacional do IDESF e consultora do Eurofront, Liliana Korniat, apresenta a seguinte reflexão: Qual a responsabilidade que as flutuações político-ideológicas e as crises econômicas sistêmicas e estruturais na Argentina têm em relação aos recursos orçamentários necessários para a sustentabilidade da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I)? Como isso também têm afetado a modernização da frota de aeronaves de combate e exploração da Força Aérea e Aviação Naval do país?

A partir destes questionamentos, Liliana pontua questões como o conflito armado de 1982, entre a República Argentina e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, em torno do Arquipélago das Ilhas Malvinas, Geórgia e Ilhas Sandwich do Sul, territórios sobre os quais ainda existe uma disputa pela reivindicação da soberania territorial entre os dois Estados. A autora destaca que para a Força Aérea e a Aviação Naval Argentina, há “um antes e um depois” desses conflitos. Isso porque tem ocorrido uma série de condicionantes para o país adquirir recursos no mercado externo ao reaparelhamento, modernização e desenvolvimento de bens da indústria de produção para defesa aérea e espacial.

De acordo com Liliana, a explicação para esta situação está, tecnicamente, na manutenção do embargo de armas que o Reino Unido da Grã-Bretanha impôs à República Argentina em 3 de abril de 1982, negando todos e quaisquer pedidos de licença para exportação dos produtos listados. Na prática, isso se traduz na restrição da autonomia e autodeterminação do país para implementar uma política produtiva nacional de defesa e desenvolvimento e estratégias de inovação para a Aviação Militar, o que afeta exponencialmente o exercício da soberania nacional em relação à defesa do disputado território e os domínios marítimo, fluvial, espacial, aéreo e cibernético.

Um agravante é de que a medida, nos últimos 39 anos, não foi alterada, ela vem sendo atualizada de forma implícita sempre que o Reino Unido ratifica a sua decisão de manter uma “presença militar permanente” no arquipélago das Malvinas. “A manutenção do status quo tem frustrado todas as negociações comerciais implantadas pelas autoridades nacionais para realizar o reequipamento natural e modernização das Forças Armadas e, em particular, a compra de novas aeronaves de combate e exploração que permitam a Força Aérea e a Aviação Naval atualizarem suas capacidades táticas, operacionais e estratégicas”, destacou Liliana.

Segundo a autora, o bloqueio britânico não é a única condição limitante para esta situação. Há, também, a interferência de visões de mundo político-ideológicas que afetaram as Políticas de Defesa e Produção do Estado para a Indústria de Defesa que todo Estado deve ter como condição sine qua non para garantir sua soberania nacional e manter o poder dissuasor. “Defesa, Segurança e Inteligência são os vetores essenciais que definem a estatura estratégica de um país e devem ser concebidas como Políticas de Estado permanentes e sustentáveis, evitando sua politização ao comprometer a proteção e salvaguarda da soberania em todo o seu território, ar, espaço , domínios cibernéticos, fluviais e marítimos”.

No artigo, Liliana e outros pesquisadores também apresentam o cenário atual de infraestrutura e investimentos nas ações de soberania nacional. Para ler o artigo completo, acesse o link:

https://www.idesf.org.br/2021/07/22/la-impostergable-revalorizacion-de-la-aviacion-militar-argentina-en-la-defensa-de-la-soberania-nacional/

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