Desenvolvimento é a melhor arma contra a ilegalidade, afirma presidente do IDESF em palestra para a PM de MS

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Campo Grande – Todas as cidades gêmeas de Mato Grosso do Sul têm taxa da população economicamente ativa (PEA) – compreendida pelas pessoas de 15 a 65 anos – abaixo da média das demais cidades gêmeas brasileiras e bem abaixo da média nacional. O panorama da economia e da educação desses municípios está diretamente relacionado aos índices de violência, de contrabando e descaminhos registrados nessas regiões.

A afirmação é do presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), Luciano Stremel Barros, durante a aula inaugural do primeiro Curso de Especialização em Policiamento Rodoviário, organizado pelo Batalhão de Polícia Militar Rodoviária de Mato Grosso do Sul. A palestra de abertura do curso aconteceu na manhã desta quarta-feira (31), na Escola Superior de Controle Externo (Escoex) do Tribunal de Contas, em Campo Grande (MS).

Segundo o levantamento do Diagnóstico do Desenvolvimento das Cidades Gêmeas do Brasil, realizado pelo IDESF, a média de PEA formalmente empregada nas 32 cidades gêmeas brasileiras é de 23%, enquanto a média nacional é de 34,53%. Em Mato Grosso do Sul, os índices ficam entre 22,12%, registrado em Corumbá, e 11,35%, em Coronel Sapucaia. Além desses, o estudo contemplou os municípios sul-mato-grossenses de Bela Vista, Mundo Novo, Paranhos, Ponta Porã e Porto Murtinho.

“São índices que mostram uma economia estagnada de municípios que dependem basicamente de verbas federais e estaduais para se manter. Não geram riquezas e, consequentemente, não oferecem perspectiva para seus habitantes, que acabam se voltando para a ilegalidade”, afirmou. Na aula inaugural, Barros abordou um panorama dos fatores relacionados às fronteiras, entre elas a produção de grãos e as ilegalidades de segmentos como de agroquímicos e de telecomunicações.

Os dados oficiais foram levantados por estudos do IDESF sobre as regiões fronteiriças, tais como ‘A lógica econômica do contrabando’ e ‘O mercado ilegal de telecomunicações’. A faixa de fronteira brasileira tem 16,8 mil quilômetros de extensão e 150 quilômetros de largura, fazendo divisa com 10 países. São 122 os municípios situados nessa região, somando 10 milhões de habitantes que têm característica denominada por Barros como ‘rurbana’, mesclando aspectos de urbanização e de zona rural.

Segundo Barros, os estudos realizados pelo instituto são uma provocação para que as autoridades olhem para as fronteiras e a necessidade de desenvolvimento enquanto caminho para coibir o contrabando e o descaminho. “Nós sabemos onde está o problema. Precisamos voltar o poder público para a busca de soluções”, destacou. “A geração de emprego e renda vai ser a principal arma para combater a criminalidade”, resumiu, ao final.

Na abertura da aula magna, o comandante do batalhão de policiamento rodoviário, tenente-coronel Wagner Pereira da Silva, destacou o trabalho do IDESF como “grande parceiro nas causas de segurança pública nacional”. O Curso de Especialização em Policiamento Rodoviário 372 horas de aula se destina ao aperfeiçoamento da polícia militar de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina e prevê instruções sobre engenharia de tráfego, escrituração operacional e atendimento pré-hospitalar, entre outros aspectos.

Cidades gêmeas – Segundo o Ministério da Integração Nacional, cidades gêmeas são cidades fronteiriças com mais de dois mil habitantes, que têm outro município de mesma característica no outro lado da fronteira, apresentando alto potencial de integração econômica e social.

O estudo Diagnóstico do desenvolvimento das cidades gêmeas do Brasil pode ser encontrado aqui.

Texto e fotos: Rosane Amadori/Assessoria de Comunicação IDESF

 

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