IDESF apresenta dados do contrabando em reunião do GSI em Foz do Iguaçu

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A lucratividade do cigarro contrabando do Paraguai e vendido no Brasil pode atingir 231,15%. O cálculo é do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) e considera as despesas das quadrilhas com a logística para fazer o produto chegar até os grandes centros consumidores.

Se considerada a possibilidade de intercorrências, tal como a prisão do traficante ou perda do produto por interceptação da polícia, o lucro fica na faixa de 180%, alto o suficiente para alimentar esse que é o maior mercado ilegal do país. O contrabando de cigarros representa 67,44% dos produtos que entram ilegalmente pelo Paraguai, segundo dados da Receita Federal.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (24), durante reunião do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), realizada na Polícia Federal de Foz do Iguaçu. A reunião ocorreu no âmbito do Grupo de Gestão Integrada de Fronteiras (GGIF) e teve participação de representantes das forças de segurança do Brasil, Argentina e Paraguai.

O evento foi coordenado pelo Secretário de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, brigadeiro do ar Ary Soares Mesquita. O brigadeiro fez a apresentação do PPIF e destacou o encontro pela sua contribuição com o planejamento das políticas para as áreas fronteiriças. “A política nacional de fronteira vai pensar em defesa, segurança, integração e desenvolvimento”, afirmou.

A previsão é de que essas diretrizes, construídas com a colaboração dos países vizinhos, sejam concluídas até meados do ano que vem. “Será o grande guarda-chuva para as ações do programa (PPIF) e outros programas relativos às fronteiras do Brasil”, destacou o brigadeiro.

Na apresentação do IDESF, além de trazer dados sobre os mercados ilegais publicados nos estudos do Instituto, a assessora Rosane Amadori enfatizou como caminho no combate ao contrabando a criação de políticas públicas específicas e o trabalho cooperado com os países vizinhos, buscando dar homogeneidade às soluções para as regiões fronteiriças.

A fronteira terrestre brasileira tem 16,8 mil quilômetros de extensão, inclui 11 estados e interage com 10 países vizinhos. A faixa de fronteira é de até 150 quilômetros de largura, o que corresponde a 27% do território nacional. Nessa faixa estão situadas 32 cidades gêmeas.

Sobre o PPIF: O Programa de Proteção Integrada de Fronteiras foi instituído em 16 de novembro de 2016. Segue a diretriz da atuação integrada e coordenada dos órgãos de segurança pública, dos órgãos de inteligência, da Secretaria da Receita Federal e das Forças Armadas e a cooperação e integração com os países vizinhos.

Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), que, por meio de estudos, ações e projetos, promove a integração entre as regiões de fronteira, o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e o combate aos problemas próprios dessas regiões.

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