Câmara Técnica faz ação contra tráfico de pessoas com adolescentes da Guarda Mirim

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Propostas muito vantajosas de trabalho, tais como as agências de modelo que oferecem o sonho da carreira de sucesso, precisam ser discutidas com os pais e as empresas propositoras devem ser cuidadosamente investigadas. Ainda que existam propostas sérias, esta é uma forma relativamente comum de atrair adolescentes, principalmente meninas, e depois conduzi-las para a exploração sexual, crime que se configura em tráfico de pessoas.

Essa é uma das orientações repassadas pela Câmara Técnica de Combate ao Tráfico de Pessoas para os adolescentes da Guarda Mirim de Foz do Iguaçu. A ação tem participação do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF) e vai envolver os 974 jovens atualmente integrantes do projeto.

Os voluntários da câmara técnica se revezam na função de repassar informações e conversar com os adolescentes. “O objetivo é informar e despertar a consciência de que esse crime é abrangente e, diferente do que eles pensam, muito presente na nossa realidade. E, também, conscientizar que essa faixa etária os torna vítimas em potencial, em especial as meninas”, destaca a representante do IDESF, Flavia Morodin.

Os participantes da Guarda Mirim atuam nas empresas parceiras em quatro dias por semana e, no quinto, de forma alternada, participam de formação complementar oferecida pelo projeto. As conversas com os jovens serão realizadas em dias alternados até o final do mês, de modo que todos os integrantes sejam envolvidos. O professor da Guarda, Genival Balbino de Oliveira, aprovou a ação com os adolescentes. “Deveria acontecer mais vezes”, avaliou.

A Guarda Mirim é uma associação privada regida por um conselho de 17 órgãos e mantém, em média, 850 jovens de 14 a 18 anos. A permanência dos adolescentes é de um ano e quatro meses, sendo que 82% concluem esse período de formação. Atualmente, 137 empresas de Foz do Iguaçu são parceiras da iniciativa.

O tráfico de seres humanos é caracterizado por todas as ações que tiram a dignidade e/ou a liberdade do ser humano. Entram nessa tipificação as explorações infantil, laboral e sexual, muito comuns nas regiões fronteiriças. O aliciamento de menores como pedintes de esmola também se configura tráfico de pessoas, crime com pena prevista de 4 a 8 anos de prisão no Brasil.

A Câmara Técnica de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas é vinculada ao Grupo de Gestão Integrada Municipal (GGIM) e, além do IDESF, tem como integrantes a Cáritas, o grupo Jocum (Jovens com uma Missão), OABFI, Secretaria Municipal de Assistência Social de Foz do Iguaçu, Polícia Federal, Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Militar, Guarda Municipal, Casa do Migrante, Ministério Público do Paraguay e CAREF da Argentina. O patrocínio das ações é da Itaipu Binacional.

Sobre o IDESF – O IDESF é uma instituição sem fins lucrativos, com sede em Foz do Iguaçu (PR), que, por meio de estudos, ações e projetos, promove a integração entre as regiões de fronteira, o fortalecimento das relações políticas, sociais e econômicas e o combate aos problemas próprios dessas regiões.

Assessoria de Comunicação IDESF

Rosane Amadori

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